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sábado, 19 de março de 2011

Bette Davis

Se vocês, que visitam Cinema Clássico, rolarem o mouse até o final da página irão perceber uma foto de Bette Davis na secão intitulada Imagem do Dia. Pois é, já era para ter trocado. Confesso que às vezes, quando não tenho tempo de entrar na web, me dou conta 2 dias depois que a foto ainda está lá. Mas desta vez não tive como tirar. Esta imagem de Bette é magnetismo puro, rara beleza. Tanta beleza "prateada", que não consigo removê-la. Decidi escrever algumas coisas sobre ela, já que, graças à internet baixei alguns de seus filmes e esta, por sua vez me encorajou a comprar o box da Warner Coleção Bette Davis - o box brasileiro.
Através dos anos, principalmente ao longo de sua velhice, a atriz concedeu várias e agradáveis entrevistas. Nelas ela é sempre sincera e franca em relação ao seu talento: Bette tinha consciência de seu poder como atriz e falava isso para todos, em rede nacional. Alguns consideram isso arrogância, eu penso que se o ator não se dar o valor, ninguém vai fazer isso por ele. Esse conceito, que parece, à primeira vista, egoísta, se trata da lei da selva. E ninguém melhor do que Davis para ilustrá-lo melhor. Nos anos 30, ela não era a beleza padrão de Hollywood. Tinha vindo do teatro, com muita bagagem. Trabalhou muito em vários filmes, até ser de fato notada em Escravos do Desejo, de 1934, ao lado de Leslie Howard. Neste clássico drama, Bette viveu Mildred Rogers, a garçonete perversa que humilha o personagem de Howard e termina morrendo podre e sozinha, num casebre. Sua atuação fenomenal lhe rendeu mais dois papéis de femme fatale no ano seguinte: Bordertown e Dangerous(quando ganhou seu 1º Oscar de melhor atriz).
A imagem de mulher sedutora, destruidora de homens, no entanto, não fora criada de acordo com sua aparência, mas sim por seu incrível talento. Convencer o público de que aquelas mulheres que interpretava eram capazes de chegar ao poder de qualquer maneira, à qualquer preço, usando os homens como iscas. Isso ela fazia muito bem, então, pra que ser Jean Harlow, não é? Aliás, vendo as fotos de publicidade dos anos 30, não vejo feiúra nela. Muito pelo contrário. Mas Bette estava acima da busca pela aparência perfeita. Ela era o tipo de atriz que não se importava em se enfeiar para conseguir ótimos papéis, como a sequência de Now, Voyager em que ela ainda é tolida pela mãe a ter prazer...a simplesmente ser mulher e aparece de sobrancelhas grossas, mal feitas, óculos fundo de garrafa e roupas pouco atraentes(cabelos idem). Em The Little Foxes foi a mesma coisa: a megera que deixa o marido morrer, negando-se a dar-lhe o remédio tão necessitado não era uma "boneca". Mas que personagem! A nova Bette explodiu nos escritórios dos executivos da Warner exigindo seus direitos de melhores filmes e diretores. Por isso temos hoje toda essa gama de figuras marcantes e diferentes umas das outras, e não "bonecas" semi-iguais em seus trabalhos.
Mas voltando ao assunto do início, sobre se valorizar, se Bette não tivesse pisado com o pé direito em Hollywood, trabalhado muito, não teria conseguido.Como ela mesma costumava dizer "o pior tipo de trabalho. O mais difícil de fazer e o mais difícil caminho de se chegar à fama: trabalhando". Uma vez disse em uma de suas hilárias entrevistas, se referindo ao famoso "teste do sofá", que se tivesse que escolher uma frase para seu túmulo, esta seria: "She did it in the hard way(Ela conseguiu da maneira mais difícil").
Se era cruel, não importa. Ao menos era verdadeira. Bette Davis foi uma mulher trabalhadora e colhedora de belos frutos. E ela se orgulhava em falar sobre isso.
Numa época em que qualquer um faz um filme e os modelos imperam, este é o meu pequeno tributo a esta que é, impreterivelmente considerada uma das maiores atrizes da história do cinema.
Falarei mais dela nos posts seguintes. Bette inspira...

Nos anos 30, a imagem fabricada pelos estúdios. Bette queria mais!
A atuação acima de tudo em Now, Voyager
Em The Little Foxes, mais um trabalho estupendo.

2 comentários:

História é Pop! disse...

Amo Batte Davis,
Nem a velhice e a doença conseguiram eliminar o brilho de seus olhos, transformado em tema de música por Kim Carnes: Bette Davis' Eyes.
Bette Davis eyes...
Quer mulher com mais classe que ela? Não existe.

Unknown disse...

Poisé, Júnia. Ninguém segurava um cigarro com tanta classe como Bette. :-)
A música Bette Davis Eyes foi regravada agorinha , agorinha pela estrela do seriado Gossip Girl, Leighton Meester, sabia?
Beijinhos!